sexta-feira, 30 de novembro de 2018

"O QUE ERA E FOI E O QUE É"

Da história aos dias de hoje, o que era e o que é, e o que se exagera.
Em todas as religiões é fácil encontrar vestígios dos velhos cultos astrais, adaptados a outras intenções, certo, mas cujo disfarce a hierologia,não raro, explica e desvenda. A adoração dos corpos celestes foi universal: originou crenças, formulou ideias e estabeleceu práticas tão fortemente enraizadas depois que, ao diante, penetraram nas várias doutrinas religiosas, ou aceites como necessárias, ou à força, como irresistíveis. Compreende-se o domínio da astrologia nas mitologias de que quase todos os povos, pensando, que à anuviada imaginação primitiva, os fenómenos celestes cumpriam-se ou surgiam como manifestações de um poder misterioso e oculto. Lento e lento a curiosidade apreensiva e tímida foi verificando a concordância de certos movimentos planetários com épocas várias do tempo sob cuja influência se praticavam as sementeiras ou realizavam as colheitas. Os meses e as estações, relacionados com a marcha e aspectos dos dois astros mais observados, acusavam, com máxima acentuação, a força ignorada e dominadora. E com o tempo, na obscura mentalidade primitiva, os acontecimentos siderais - receosa e ingénua que nos vem denunciando, através da história e das religiões, prognósticos, presságios e outros despojos legados pelos antigos cultos!
Aproxima-se o Ciclo Natalício. O Aniversário de Jesus, o grande
Filho do Altíssimo e também a Festa da Família. Em torno desta grande festa, inicia-se mais um ponto e ciclo alto da Cultura Tradicional Popular Portuguesa e também do Culto Religioso/profano onde centenas de grupos e rancho folclóricos, promotores da preservação e divulgação da mesma cultura, vão recuar no tempo, organizar e participar nesse ciclo natalício.


A tipologia destes encontros, deveriam assumir um carácter de representatividade o mais fiel possivel quando são realizados nas Igrejas, locais de culto, onde o respeito e a histórica imperam em uníssono. Assim, continuo a defender os valores de representatividade dentro de uma igreja, lugar de culto e adoração. Devoção e respeito imperava nos nossos antepassados. Vão dizer: Ah mas os tempos são outros. Sim são sem dúvida, mas pergunto eu o que representam os promotores da Cultura Tradicional Popular de uma comunidade?

 Deveria ser sempre assim. As mulheres do tempo de 1860 até 1910|15 dever-se-iam apresentar assim, como se vê estas mulheres desta imagem, melhor ou pior, eram sempre assim que se apresentavam para adorar a Deus. Não entravam com os lenços como se fossem para uma feira ou romaria muito menos em cabelo e com chapéus por cima dos lenços como se constata hoje cada vez mais. As mulheres nunca foram dessa forma à igreja em qualquer ritual de culto. Se queremos ir ao encontro da verdade o mais possivel. Mulheres deste país; que integram os Grupos e Rancho Folclóricos e Etnográficos, respeitem o tempo a que reporta o vosso trajo e quando entrarem numa igreja trajadas recuem no mesmo tempo como deve de ser.


Texto de Opinião de 
 Sérgio da Fonseca.

Foto de Rafael Passos

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