"Cancioneiro de S. Simão de Novais" (1ª
e 2ª Series) "Revista de Guimarães"
(1922-23) (1924-29)
Fernando Castro Pires de Lima
Fernando Castro Pires de Lima
Minha mãe case-me cedo
Minha mãe case-me cedo
Que a causa bem sabe Enquanto sou rapariga
O dado são quinze anos O milho sachado tarde
…E eu já tenho dezasseis Nem dá palha nem espiga
O primeiro amor que tive Minha mãe quando me teve
Era filho dum doceiro Cuidava quer estava rica
Os dentinhos tinha-os podres Depois queria-me matar
Na boquinha um mau
cheiro Com remédios da botica
Se eu soubera quem tu eras A oliveira do adro
E quem tu vinhas a dar Ramo dela tem virtude
Mandava vir da farmácia Passei por ela doente
Remédio p,ra te matar E logo tive saúde
Vou-me embora do meu amo Mandaste-me cegar a erva
Não lhe devo nenhum dia Lá no campo da amargura
Antes me ele deve a mim Se fizer uma ferida
As noites que eu não dormia Morro e não tenho cura
Não lhe devo nenhum dia Que atira as pedras ao ar
Antes me ele deve a mim Quero amor carpinteiro
As noites que eu não dormia Que me dá lenha pró lar
É um regalo na vida Eu tenho quatro amores
Cá na terra pastorar Dois de manhã,dois de tarde;
Quem tem sede. vai beber A todos digo sim
Quem tem calma, vai
nadar Só a um falo verdade.
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