(Nota ;Este titulo e as fotos não são do autor)
Autor ; Custódio Rodrigues
Afinal muita coisa há ainda a fazer no movimento folclórico
em Portugal, a julgar pelas recentes escaramuças protagonizadas por alguns
defensores do folclore-pimba e outros indivíduos mais esclarecidos que não se
revêem de jeito algum na pouca-vergonha que continua a colocar o país no rol do
anedotário europeu em termos da cultura popular tradicional, vertente onde
aliás somos muito fortes devido ao vasto espólio que ainda conservamos, fruto
de um largo período de estagnação tecnológica, industrial, social e cultural em
relação aos restantes parceiros europeus, por culpa da política fascista do
Estado Novo.
Quando por diversas vezes tive que soletrar o B, A, Ba do
Folclore, aflorar temas primários onde assentam as bases de trabalho para a
pesquisa e preservação das nossas tradições ancestrais, houve por aqui
distintas figuras que ficaram muito melindradas pela repetição contínua de
temas já ultrapassados, diziam. Afinal toda essa retórica foi/é notoriamente
insuficiente ou as mensagens não conseguem passar, para elucidar
convenientemente os agentes que proliferam e demandam no movimento folclórico
do nosso país. Vide as declarações avulsas e gratuitas da parte de gente sem
formação e educação, quando alguém ousa criticar a miséria que alguns (muitos,
muitíssimos) grupos/ranchos transportam e apresentam. É triste e dói ser
maltratado por gente ignorante e sem princípios que arriscaria a dizer,
transformam meros grupos de aeróbica em seitas do culto de histerismo do
“Falklor”. Epá, as pessoas não sabem e não querem saber e ainda por cima são intratáveis,
fazem da provocação e do insulto a sua arma de arremesso para combater quem lhe
tenta incutir uma visão mais consentânea com a verdade das suas tradições.
«Chiça… Cum Caraças…» que me fazem tirar do sério. Alturas há que quase perco
as estribeiras e até agradeço não estar nesses momentos cara a cara com alguns
desses «mens», não sei se não desceria ao seu nível (baixo) e resolveria alguns
assuntos de acordo com a única lei que conhecem! Sinceramente!!!
A tarefa de pacificar e levar a água a bom porto com
generalidade dos grupos não-alinhados (não filiados na FFP) é hercúlea.
Torna-se muito complicado mudar quem não quer mudar uma virgula sequer ao seu
registo, mesmo que lhe provem por A mais B que aquilo que fazem está errado.
Eu, sinceramente não me acho mais esperto nem inteligente que ninguém, mas
caramba, se me demonstrarem que estou a agir incorrectamente num qualquer acto,
se me elucidarem e provarem que estou enganado, pelo menos vou comprovar e
darei o benefício de dúvida a quem me aborda nesse sentido. Há gente mesquinha,
mal-educada, estúpida até e não me alongo mais para não descer mais baixo na
minha postura integra, educada e honesta.
Se existe uma ciência que estuda o fenómeno das tradições
populares em Portugal, se existe um órgão que tutela o movimento organizado no
país, se existem técnicos avalizados que informam e orientam quem não sabe e/ou
tem dúvidas sobre o trabalho que desenvolve na área da pesquisa, filtragem,
preservação e representação dos usos e costumes ancestrais do povo rural em
Portugal, se existe informação quanto baste em plataformas especializadas no
ciberespaço, se se realizam encontros, colóquios, congressos para discutir toda
a problemática do folclore, se é dada a oportunidade a quem quer que seja,
individual ou colectivo, de integrar a dita organização que tutela o movimento
em Portugal mediante o cumprimento de determinados parâmetros que atestam do
seu estado qualitativo, por que insistem em permanecer de olhos vendados e
afastar as abordagens de forma violenta? Sejam humildes caramba, se não querem
alinhar na onda, afastem-se e dispam-se de tudo o que os pode associar ao
folclore.
Sejam eles próprios, assumam a sua independência da cultura popular tradicional, não enganem ninguém incluindo eles próprios. Se não querem ser verdadeiros com os seus antepassados, assumam-no perante o público ignorante mas ávido de cultura. Ou será que, se não se colarem ao FOLCLORE não têm a mínima chance de sobreviver? Deixo no ar esta questão e já agora, qual a solução para toda esta barafunda onde navega o nosso movimento?
Caros amigos achei este texto de opinião muito interessante
e como tal resolvi o publicar neste Blogue, espero que alguém tire proveito dele.
Um comentário:
subscrevo na integra tudo aquilo que aqui foi dito e lamento o facto de muita gente que anda no folclore que não se vêem ao espelho para ver os erros que cometem e não aceitam mudar uma virgula aos seus comportamentos desastrosos
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