Michel Giacometti foi
um musicólogo etnógrafo francês que chegou ao nosso pais em 1959 a sua educação
e a sua personalidade ajudaram-no a saber aproximar-se de todas as categorias
sociais, vivia em Paris e lá tinha amigos intelectuais, alguns famosos mas não
se sentia bem porque não tinha dinheiro e, sobretudo, por se sentir mais
mediterrânico do que parisiense, isso foi um dos motivos que logo o fez
apaixonar pelo nosso país, foi juntamente com Alexandre Tropa o que mais contribui para o património
etnofolclórico português percorreu
Portugal desde o Minho ao Algarve passando pelas ilhas procurando saber
como eram as vivências do povo e as suas
tradições. Faleceu em 1990.
Michel Giacometti
esteve sempre ligado a pessoas próximas do PCP embora não fosse
militante, e quando faleceu, em 1990 –
pediu para ficar sepultado na aldeia alentejana de Peroguarda, o seu caixão
foi coberto com a bandeira do partido comunista .Gostava de defender os fracos.
Deixou um enorme património e muito rico ainda hoje muitos estudiosos da causa
etnofolclórica pesquisam nos seus
documentos e seus vídeos maravilhosos, que não são mais que uma espécie de Bíblia do
etnofolclórico e não é por acaso que muitos coreógrafos de renome tem aproveitado
esses vídeos para fazer belíssimos trabalhos de representação entre muitas das suas recolhas.
Contudo, Michel Giacometti elaborou também uma extensa
recolha de tradições médicas publicadas em várias revistas e livros. Não podemos esquecer uma das suas obras ;
Artes de Cura e Espanta Males – Espólio de Medicina Popular que é fruto
das recolhas realizadas no âmbito do Serviço Estudantil «Plano Trabalho e
Cultura» que Michel Giacometti criou e
dirigiu em 1975.Possuía um surpreendente património ancestral respeitante a
formas de espantar males, até serem descobertas formas inovadoras de tratar
sarna, verrugas, hemorróidas, apoplexia, etc.».
De recordar que uma das grandes preocupações de Michel Giacometti
na investigação dos dados da medicina popular era a própria abordagem ao tema
no seio das populações. Tudo, porque os cuidados de saúde eram, frequentemente
realizados na intimidade familiar porque a doença isola o Homem e o seu corpo
da sociedade e, ao privar o homem do seu instrumento de trabalho, a doença
conduzia, frequentemente, à miséria.
Deste modo, o musicólogo etnógrafo
aconselhava os pesquisadores de campo a abordar este tema através das mulheres
de família, uma vez que era a estas que cabia a função de cuidar dos filhos e
de tratar os doentes quando o tratamento médico especializado não era acessível.
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